A sexualidade é mais ampla que somente as questões relativas ao prazer genital. O corpo se constitui e os caminhos que vão percorrer a sexualidade serão diferentes para cada um, e é bom já dizer que esses caminhos são sempre tortuosos.
A sexualidade é absolutamente particular a cada sujeito, a cada corpo, a cada história e as formas de constituição para cada um são muito diferentes e sempre muito estranhas. Cada um de vocês tem suas experiências sexuais e de alguma forma sabe que isso diz respeito tão somente a si próprio. E muitas vezes por não poder falar acabam sofrendo as consequências das formas diferenciadas de constituição da sexualidade. Tudo gira em torno de uma busca de satisfação e algumas formas de obtê-la podem ser causadoras de transtornos.
Há uma certa irracionalidade do corpo na busca da satisfação o que pode levar a situações patológicas fazendo o sujeito adoecer, quer por dar vazão a essas tendências, quer por negá-las. De uma forma ou de outra poderão surgir conflitos. As pessoas sofrem por causa daquilo que não podem dizer e as questões da sexualidade na maioria das vezes estão inconscientes, inacessíveis para aquele que sofre suas consequências.
Disse acima que não há um padrão, porém, podemos falar de algumas situações a partir das queixas apresentadas. Por exemplo, uma pessoa com um desejo de ter um contato sexual é impedido por força de pensamentos punitivos, proibitivos, censuradores, está revelando a forma com que sua sexualidade foi constituída, ou a forma com a qual ele se defende dela. Portanto, uma investigação e uma intervenção são possíveis para que ocorra uma transformação ou uma retificação na forma subjetiva de constituição dessa sexualidade.
A psicanálise não trabalha essa questão como objetivo. Seria uma decorrência do processo de análise. Assim, existe uma lista imensa de fenômenos decorrentes da sexualidade podendo resultar em inúmeros sintomas que vão desde a impotência e a frigidez, passando por inibições, fetiches, até problemas de relacionamento, escolhas de vida e tantas outras coisas.
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Célio Pinheiro é Psicanalista e Antropólogo. Experiência clínica em consultório psicanalítico. Trabalhos com Grupos e equipes profissionais. Atuação nas seguintes áreas temáticas: Psicanálise, Antropologia da saúde, Saúde Coletiva, Saúde Mental, estudos sobre adoecimento psíquico. Trabalhos preventivos e de combate à depressão, melancolia, suicídio e respectivos projetos de prevenção. Ministra cursos de formação em Psicanálise e cursos de extensão em Universidades. Participa de Projetos de Saúde Preventiva e Saúde Mental. Coordenador do projeto Cinema e Psicanálise.